Mesclando acessibilidade, diversão e código Morse, aluno do CIn-UFPE cria o game “Morse Monkey”
Samuel Neto também é integrante do programa de extensão Apple Developer Academy da UFPE
Acessibilidade e inclusão. Este é o objetivo do game ‘Morse Monkey’ desenvolvido pelo aluno Samuel Brasileiro dos Santos Neto, aluno do curso de Ciência da Computação do Centro de Informática (CIn) da UFPE e integrante do programa de extensão Apple Developer Academy. O jogo, criado em apenas duas semanas, foi um dos 350 projetos vencedores do desafio Swift Student Challenge WWCD, da Apple, e busca ensinar às crianças, de forma lúdica, os meios de comunicação de acessibilidade presentes nos dispositivos virtuais.
“Desde o começo eu queria fazer um projeto sobre acessibilidade. Existem tantos meios que poderíamos ajudar e facilitar a comunicação entre todas as pessoas. Então esse projeto veio à minha mente”, revelou Samuel. A partir da ideia, o estudante iniciou as pesquisas sobre esses meios de comunicação e se deparou com o famoso ‘Código Morse’.
“Eu imaginava que esse código servia basicamente para ser usado em mensagens secretas e coisas do gênero, mas descobri que, hoje em dia, ele é muito utilizado para meios de comunicação acessíveis, principalmente por ter uma dinâmica muito simples de ser interpretado, com apenas dois símbolos: o ponto e o traço”.
Pesquisando, o aluno entendeu que utilizando o “Código Morse’’ e clicando nestes dois símbolos do teclado, palavras poderiam ser formadas. Desta forma, apenas com dois botões do teclado do celular, a comunicação se torna possível.
Foi procurando ensinar esta forma de comunicação às crianças de maneira simples e divertida, que Samuel chegou ao conceito do ‘Morse Monkey’. No jogo, o usuário precisa ajudar um macaco a escalar uma árvore infinita e coletar bananas no caminho. Para conseguir pular de galho em galho, porém, é preciso completar palavras que aparecem na tela, mas usando o Código Morse, apertando os botões de ponto ou de traço.
“No começo você possui dicas de como traduzir as letras, mas conforme você vai exercitando e descobrindo novas letras, as dicas das letras que você já conhece vão sumindo, dificultando um pouco mais”, explicou o desenvolvedor.
Para submeter o projeto ao desafio da Apple, Samuel precisou correr contra o tempo e ter ideias rápidas e assertivas no desenvolvimento do jogo. Para o desafio, os estudantes precisaram desenvolver aplicativos utilizando Swift, linguagem de programação da Apple, que pudessem ser utilizados em 3 minutos, mesclando programação, criatividade e inovação.
Desta forma, o projeto de Samuel foi feito inteiramente em Swift, utilizando os frameworks SpriteKit e SwiftUI. Para ele, apesar das dificuldades no processo de criação do jogo, emplacar entre os campeões do desafio mostra o quanto cada obstáculo valeu a pena.
“Fazer um projeto completamente sozinho, desde o conceito, o design e a programação, por si só já é muito desafiador. Acho que, para mim, mais importante que a execução do desenvolvimento do jogo foi tentar criar o conceito, que inclusive foi bastante difícil. Eu queria criar uma experiência que trouxesse um impacto e não fosse apenas um jogo para crianças. Acho que o fato de ser um dos vencedores da WWDC mostra que eu consegui fazer isso”, celebra.
Dos 350 campeões do Swift Student Challenge, 35 são brasileiros. Destes, 11, incluindo Samuel, são integrantes do Apple Developer Academy, programa de extensão da Apple coordenado pelo CIn.
“Além do embasamento de programação e design, a Academy me ajudou bastante no processo de construção da ideia, já que no Apple Developer Academy a gente é estimulado e instruído a construir ideias inovadoras e que geram algum impacto”, contou Samuel.
Neste momento, o game não está disponível para download. No entanto, a ideia de Samuel é trazer o game para a Apple Store de iPad, em forma de um aplicativo que, além do Morse Monkey, contenha uma central de jogos infantis voltados à acessibilidade.